sábado, 25 de agosto de 2012

É que estou desintoxicando!


-Não, muito obrigada! É que estou desintoxicando! Alma em sobrepeso e eu cortei o refrigerante e outras coisinhas mais.
“Pessoas-refrigerante”, eu não preciso delas... Tão docinhas, bem vestidas, papo fluente, belas a primeira vista, atraentes, viciantes... O grande problema? É que são dez colheres de açúcar por lata, e todo esse açúcar não faz bem! Geralmente nos impede de perceber outros gostos doces mais sutis e importantes.
 E a celulite? Os furinhos? Malditos furinhos! Furinhos de ausência, furinhos de falta... Refrigerante, presença garantida em festas, fins de semana, eventos... Mas no dia-a-dia de verdade... Furinhos, ausências, afinal por mais que a gente goste, a gente sabe que não se deve tomar todos os dias porque não faz bem... Porque de verdade, ele não enriquece nem acrescenta como deve... É mais docinho que suco de laranja sem açúcar, mas é na laranja que encontramos a vitamina C que precisamos.
E os na versão zero então? Tão perfeitos! Zero açúcar! Porém cancerígenos. Promessas... Prometem ajudar cuidar da nossa saúde... Prometem, prometem... Mostram-nos belos horizontes que, entretanto são inalcançáveis. Curioso né? Te livrar do diabetes, mas te deixar propenso ao câncer! Te mostrar nuvens onde você não poderá flutuar. Qualidades, tantas qualidades restritas de dempenhar as funções a que se empregam... Qualidades, utilidades que por serem inacessíveis tornar-se-ão obsoletas...
Além disso, após sessenta minutos o tal do refrigerante ainda faz a gente por para fora do corpo cálcio, magnésio e zinco que farão falta ao organismo roubando de nós aquilo que é importante. Por vezes nossa dignidade, nossa alegria, entusiasmo, força e como funcionar sem esses sem esses elementos, como?
Por isso amigos, estou em período de reeducação! Desintoxicando... Procurando opções mais saudáveis e menos destrutivas, treinando melhor meu paladar, livrando-me dos excessos visto que sobrepeso emocional também não faz bem para o corpo, não faz bem para o coração. Excessos carregá-los nunca compensa... Desintoxicar é a lei atual, menos sms, e horas-papo no facebook com quem sente saudades mas nunca substitui a frase: -Estou com saudades. – Por: - Estou indo lhe ver, posso? Menos trela para que vive de exaltar nossas qualidades e importância, mas vive muito-bem-obrigada sem a nossa companhia... Menos doce e cordialidade com relações-zumbi, pessoas-zumbi que assim como os “excelentes 63 sabores de pizza no precinho baixo do rodízio” só nutrem a gula e nos deixam kilos a mais e dificuldade de digestão.
Menos para mais essa é a lei! Mudar de hábitos, afinal é disso que é feita a vida: de escolhas... A gente é o que come, o que malha, o que dorme, o que faz, o que escolhe. Eu, a partir desta semana escolhi DESINTOXICAR.... Afinal torta, refrigerante, massa e alguns tipos de pessoas, devem ser consumidas, se, com moderação apenas em fins de semana...

Depois de ver no face um imagem falando sobre a quantidade de açúcar contido numa “inofensiva” latinha de refrigerante e da minha nutricionista me explicar que eu tenho tanta vontade de comer doce por conta da quantidade de insulina  que ainda persiste em ser liberada na minha corrente sanguínea como resquício do meu tempo de sobrepeso... Não deu outra: “Filosofei geraaaaal e surgiu esse post que espero seja como chá verde para vossos corações.

Bjo da Lôra.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Retinas Cinza


Sim estão tristes, sozinhos cansados... Retinas cinzas! Cansados de encantar-se pelas sete cores do arco-íris e sua aliança vã... Sete cores inalcançáveis...
Fuligem, fumaça... Quem pode parar esse trem? A casa de cerquinha branca que passou, o bosque de frondosas árvores... O trem não para... Contemplação, sorriso e... Despedida!
Espera, encontro e... Despedida... Agora são só casinhas, casinhas que eu não morarei... Lagos em que não pousarei os pés...
–Olá!
-Adeus!
Trem que caminha depressa, mas que pressa! Não sou eu que o dirijo... Assim o fosse já seria ruína, parado numa estação pintado das cores que eu quisesse. Casebre pitoresco para a imaginação infantil...
Mas ele que me leva... Que escolha tenho eu? Pular por onde? Pular para onde?
-Retinas cinzas é o que resta, elas e o brilho da estrelas que do alto contemplam todos as estações onde eu quis mas não pude parar...http://letras.mus.br/lenine/47000/

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sobre perdoar...

       

    Afirma Aurélio que significa conceder perdão, renunciar a punir; absolver, ver sem despeito, sem inveja e acrescenta: trata-se de um verbo transitivo irregular.

-Que bacana sua definição Aurélio! Já desconfiava que sendo verbo, uma ação por natureza, tal atitude não poderia ocorrer de forma linear e pré-estabelecida e sim envolvida de complexidade que a constitui.

O perdão nasce da dor, da decepção e da tristeza. Da surpresa ruim e da falta de chão... Da constatação da humanidade do outro em sua porção cheia de falhas e imperfeições, do lado humano feito das sombras, da falta de empatia para com o próximo... Advém da dura realidade de que àqueles em quem depositamos afeição podem nos ferir, e das piores maneiras. Trata-se da retribuição do amor com desprezo e a indiferença, da falta de nobreza nas ações, do respeito nas palavras e da comunhão no silêncio. Não é fácil notar traços obscuros em quem se ama, perceber no amado, atitudes torpes, palavras gélidas e silêncios que isolam, mas é daí, deste emaranhado de sentimentos nebulosos que brota o perdão, assim como das nuvens escuras e pesadas brota a chuva... Que depois molha a terra de onde brotará vida.

-Já explico!

            Parafraseando novamente Aurélio, conceder perdão significa abster-se de punir, e sendo assim consiste em seguir em frente, bancar as decisões tomadas e tentar sanar as feridas sem para isso ferir ao outro. Trata-se então de escolher não tornar-se igual nos erros, não planejar causar dor semelhante, nem rebaixar-se  as leviandades. Sim! Perdoar é: apesar da dor, ver ao outro sem despeito, sem desejar-lhe mal algum, sem falar-lhe mal. Consiste em permitir que também ele siga, que cresça, que supere a pequenez de seus atos falhos e torne-se melhor consigo e com o próximo. Ainda que não sejamos nós “o próximo” a desfrutar destas evoluções. Conferir perdão é sem inveja permitir que o outro se reconstrua longe ou perto de nós, independente de se as lacunas por ele deixadas já tenham sido superadas ou preenchidas.

Perdoar é divino porque nos livra da mágoa, do orgulho. É algo semelhante a aceitar o envelhecimento e o passar dos anos, enxergando as rugas como sinal de vitória sobre o tempo e os acontecimentos e não como cicatrizes que tiraram a beleza leve e serena da face. Perdoar é um ato de amor que nos torna livres, livre como seres humanos normais e incapazes de esquecer o pecado, mas interessados em administrar honrosamente as perdas e seguir em frente... Perdoar e esquecer são coisas Deus, processos de desprendimento para o qual talvez ainda não nos sentimos totalmente prontos, mas ainda assim buscamos comtemplar...


Post de páscoa em homenagem a uma grande amiga que tem me ensinado muito sobre perdoar... Sua vida e atitudes são prova!