quinta-feira, 13 de março de 2014

O anel de aço



-Era um simples anel de aço... Mas para mim! Insensível, incrédula e ingênua... Um simples anel de aço...
Um anel de um valor imensurável, que minha amiga me pediu para guardar e eu quase perdi... Quase perdi porque guardei,  mas não lembrava onde... E assim perderam-se algumas semanas entre tristezas, angústia e reflexões no coração da minha amiga em torno paradeiro de seu valioso anel de aço. –Eu precisei ser anel perdido para então perceber que este da minha amiga de tão valioso não tinha preço.
Boba que fui! Um anel por natureza é sempre importante, pois tem a função de representar, reviver, relembrar, afirmar uma aliança. Aliança que por sua vez trata-se de uma escolha selada e assumida diante de outrem. Posto no dedo é sinal, sinal de decisão, compromisso e entrega não por falta de opção, mas por vontade, coragem. Olha-la no próprio dedo é relembrar, não só o compromisso, mas todo o entorno que lhes diz respeito: as renuncias, o afeto, todos os sorrisos e lágrimas constituintes desse enlace sagrado...
Uma semana inteira refletindo nisso é provável que eu compre um anel... E ponha em meu dedo para que jamais esqueça do valor que tenho e assim como minha amiga eu reclame e mostre insatisfeita todas as vezes que alguém deliberadamente se portar como se eu não tivesse valor.

Um anel reluzente que firme comigo o compromisso de que meu corpo é sagrado e que por isso eu não o permita ser visitado, ou profanado por quem não veja a luz que nele habita. Que relembre que minhas qualidades existem e me fazem única no mundo e que os meus defeitos são marcas de um tempo que passou ou que ainda não chegou, portanto são mutáveis e passageiros como a vida... Um anel cujo brilho reflita minhas ideias, ideais, convicções, lutas e batalhas que fazem de mim o que sou hoje... Um sinal, que fitado por meus olhos chorosos (hora decepcionados comigo, com a vida e com as pessoas) tal qual o arco-íris relembre-me do Deus grandioso que caminha ao meu lado e que me concebeu a sua imagem e semelhança... Talvez ainda esta semana eu me presenteie com um anel, que ninguém o perca nunca!

Texto dedicado a uma amiga linda dos cabelos de Fogo dona de um valioso anel feito de aço!

terça-feira, 11 de março de 2014

Vida em trânsito

Tem momentos em que certas áreas da nossa vida meio que estancam, tal um carro que" pluft morreu" em plena rodovia sem que saibamos em exato  de qual pé foi a culpa ( freio ou acelerador). Estanca e depois "segue" como um carro religado de súbito no trânsito,  em descompasso cheia de situações que não parecem fazer muito sentido e com gosto esquisito!
Como no carro em trânsito essa hora não é hora de parar, não é hora de pânico, nem de tédio... Muito menos é hora de pressa. Vida estrada... Que nem sabe onde é final nem quando chegaremos ao ponto... Que esse estanque seja tempo propício de aprender...  Olhar em volta, em torno e sobretudo para dento... Perceber... Fazer do ato de dirigir a vida algo natural e nunca mecânico... Eu quem comanda o carro,compreendendo-o sendo um com ele e nunca o contrário...
 Corpo-carro que me leve onde eu quiser, na hora certa, na velocidade exata sem solavancos nem acidentes e destemperes. Que me permita chegar e partir assim eu queira... Dirigindo fitando o horizonte em pôr do sol, como em todas as tarde na volta do trabalho... Vida em trânsito de fluxo diverso e inconstante que por tuas estradas eu aprenda a dirigir... Dirigir-me... Eu e meu corpo-carro... Três pedais, dois pés e a minha vontade... e todas as regras e todas as multas... Marchas, retrovisores, para-brisas e eventos... Ruídos, fluidos e engrenagens... Vida em trânsito sem nunca parar vou guiando e aprendendo...
-Acho que até estou indo bem...  Tudo bem, tudo bem, tudo beeeeeem.