Sim estão tristes, sozinhos cansados... Retinas cinzas! Cansados
de encantar-se pelas sete cores do arco-íris e sua aliança vã... Sete cores
inalcançáveis...
Fuligem, fumaça... Quem pode parar esse trem? A casa de
cerquinha branca que passou, o bosque de frondosas árvores... O trem não
para... Contemplação, sorriso e... Despedida!
Espera, encontro e... Despedida... Agora são só casinhas,
casinhas que eu não morarei... Lagos em que não pousarei os pés...
–Olá!
-Adeus!
Trem que caminha depressa, mas que pressa! Não sou eu que o
dirijo... Assim o fosse já seria ruína, parado numa estação pintado das cores
que eu quisesse. Casebre pitoresco para a imaginação infantil...
Mas ele que me leva... Que escolha tenho eu? Pular por onde?
Pular para onde?
-Retinas cinzas é o que resta, elas e o brilho da estrelas
que do alto contemplam todos as estações onde eu quis mas não pude parar...http://letras.mus.br/lenine/47000/