terça-feira, 13 de setembro de 2011

A montanha e o trem


Ainda pensando sobre os desarranjos emocionais, desses que todo ser humano normal passa no final de algumas relações afetivas constato que tratam-se de situações que remetem emoções e sensações muito parecidas com as experimentadas num parque de diversões. Sim! Finais de relacionamentos amorosas nos transportam a parques de última geração, porém com um único brinquedo em funcionamento e de entrada obrigatória: a montanha-russa. E se não há escolha, uma vez dentro do carrinho é encarar as vertigens e os descompassos alucinantes até o final da viajem.
Separações se assemelham as primeiras subidas na montanha: altas demais, demorosas demais e difíceis, é comum pensar que o carrinho não dará conta de chegar ao topo... Mas ele sobe, chegando lá é possível contemplar a beleza do parque visto de cima, e também constatar o quanto lá é alto e solitário. As primeiras descidas são como os dias... Parecem eternas! Parece que o coração vai sair pela boca, que o cinto vai abrir, que a queda será feia, que não escaparemos. Resta fechar os olhos e descer, encarar o frio na barriga o vento na cara não se pode fazer muito além disso.
Depois chegam os períodos calmos, sem muitas trepidações nos trilhos e então novas subidas e novas descidas. É difícil de acostumar, embrulha o estomago, não se pode voltar, não se pode descer do carrinho, apenas seguir viajem... Algumas montanhas ainda tem Loopings, são o auge da emoção na montanha, quando neles tudo fica de cabeça para baixo, parece que trocaram o mundo de lugar, a gente grita, xinga, e torce para o carrinho não se descolar e cair dos trilhos, ou então para que ele descole de uma vez e acabe logo com essa viajem que parece eterna e por demais difícil...
Eis que então em algum momento a inconstância e instabilidade da montanha começam a se tornarem comuns, a gente para de pensar que vai morrer e a viajem se torna extremamente agradável, daí é soltar os braços, gritar e curtir porque já, já... Aquela freiada brusca que sacode a gente e... Acabou! É chegada a hora de descer e contemplar a suntuosa montanha... Nesse momento, vista de baixo e depois de vencida, só se diz duas coisas –Ufa finalmente acabou,  ou –Ah, nem era assim tão grande vai... Independente disso, a viajem terá certamente valido a pena porque a gente nota que sai dela  mais rico, mais forte, desprendido, valente... Melhor.

2 comentários:

  1. Meu Deusssssssssssssss
    sem comentários!!!
    Laísss tu ta arrasando!!!
    Ameeeeeei

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  2. Lindo texto ! O importante é viajar.
    Tô seguindo :)

    Beeijos

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