segunda-feira, 19 de maio de 2014

Quando eu quis explodir Saturno...



Alinhou-se em eterno desalinho, entre o futuro e eu como uma pedra no caminho. Ah saturno que constatação infeliz descobrir em pleno vôo que és meu entrave... A resposta há tanto procurada, a resposta exata, surreal, inusitada, porém tangível. A única explicação plausível aos sucessivos sucedidos... Parafraseando Drummond: -Tinha uma pedra, uma enorme pedra chamada Saturno, no meio do caminho... Do meu caminho!
O que fazer Saturno? Como diminuir a gravidade desta descoberta? Daqui da terra, grão de areia, humano, pequeno e falho sequer te encontro na imensidão do céu  quando límpido o azul-negro te revela. Saturno, gaturno, noturno cinza como as minhas retinas que vislumbram futuro, mas vêem a ti e logo não vêem mais nada, nada senão a ti... Que exercício cruel o de olhar-te... Que vontade imensa de não fazê-lo... Mas como ignorar-te?
Quisera poder conquistar-te como os físicos, como os químicos, como os astronautas. Estipular teu volume, tua massa para então mover-te, mas com que fórmula? Qual combinação numérica ou lógica te desalinharia? Eu que sempre preferi o calor do sentir à frieza dos números jamais descobriria para tal expressão a resposta...
Quem dera poder dominar-te assim como o principezinho, talvez em ti criar  uma rosa, ou cultivar amizade com uma raposa. Quem sabe majestosamente te explodisse, ou ordenasse: -Desalinha-te.  
Mas neste conto infantil não há princesas, nem reinos, apenas  vida e um pouco de fantasia. E nessa fantasia quisera eu desalinhar-te Saturno, roubar-te os anéis e assim tirar o peso do mundo das minhas costas... Tirar do outro a responsabilidade de livrar-me de ti. 
-Que me resta Saturno? Quem sabe num dia de céu estrelado olhar-te nos olhos e com profundidade ao invés de ordenar, com fé pedir-te docemente: - Realinha-te! Deixa-me ver além de ti, e como pelo dito por Renato encerrar essa saudade que sinto... De tudo que ainda não vi.. nem vivi.


(Este poste lunático e absolutamente conclusivo em paradoxo, nasceu num vôo para uma bela cidade... Folheando uma revista eu acabara de descobrir: -Saturno alinhado com outro astro ferrava com a vida de Cauã Reymond em 2014... E esse alinhamento explicava tantos outros desalinhos... A culpa era toda de Saturno! Ah planetinha fdp, um dia eu te explodo e desalinho a galáxia). 



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