Nos Patos, nas
Campinas, sob forte chuva ou no alto de um castelo de cartas feito de concreto
dar-se-ia o encontro porque o destino assim já o reservara. E quem contra o
destino? –Nenhum de nós, nem nós dois também. É que este encontro de desejo insuspeitado
já tinha dia, hora e lugar marcado mesmo sem a clareza de um porquê. Era aquele
o dia e a hora... E para grata surpresa daquele agora éramos eu e você.
Uma mistura de
chiado e arrastado encoberta de puro desejo... Desejo quente, ardente, urgente...
Desejo doce... Como eram doces os suspiros e os cheirinhos. E os carinhos... Ah
os carinhos, que toque de aveludado traziam um arrepio erótico e extasiado em
toda pele ao viajar por seus caminhos.
Caminhos e
estradas. E suas idas e vindas, e lindas... E findas... Mas enquanto ainda,
claras. E também serenas e reluzentes como um pôr do sol na lagoa de um paraíso
qualquer à beira de uma piscina... E já que então claras iluminadas, como que
pela luz de uma lua minguante de sorrisinho refletida num prisma de todas as
cores... Coloridas como as cores do som de um reggae transcendentemente
psicodélico num luau praiano de um verão fora de época, desesperado por
acontecer.
E mesmo lindas,
eis que findas... Sacralizadas pela doçura calorosa de um raio de sol, dourado
como eram os cabelos dela e também aquele sol que iluminou o coração e o sertão
dos Patos... Eternizadas pelo verde-esperança cor das ervas que trazem cura
para os males do mundo. Verde como que o das desconhecidas Campinas, onde nunca
repousou o verde daquele olhar... Verde, essa cor preferida daqueles que creem
naquela que não morre jamais enquanto viva no coração da memória. E que não
morra agora se, quem sabe, numa nova cor este verde com amarelo-dourado puder
se transformar.
Um conto com cores e rimas assumidamente autoral (porque além de meu fala de mim). Um estorinha finalmente feliz cuja trilha sonora, inspiradora e exata trata-se da musica “Meu esquema” de Mundo livre S/A (ironicamente recém-descoberta hahahha)... Digamos que este conto seja o meu Eu-lírico achando graça na beleza do vivido e por estar hoje pela saudade corroído finalmente aprendeu a verter palavras ao invés de se derramar... Espero que gostem ! =p.
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